2º Simpósio Internacional em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade | UFSJ
22, 23, 24 e 25 de novembro de 2021
Sobre
Apresentação
Entre os dias 22 e 25 de novembro de 2021, acontecerá o 2º Simpósio Internacional em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade, com o tema “O design do futuro hoje”.
Desde a primeira edição do SIAUS, em 2017, transformações que eram inconcebíveis naquele momento ocorreram, mudando de forma contundente a vida e as relações humanas e impactando profundamente as sociedades ao redor do planeta.
Nem as mais distantes e pessimistas projeções feitas no primeiro encontro poderiam dimensionar o que estava por vir, concretizado pela pandemia e seus devastadores efeitos, fenômeno que tem demonstrado a fragilidade das nossas maneiras de ser e estar
no mundo e provocado mudanças radicais no pensamento e nas ações.
Nesse contexto ainda em curso, pensar o futuro hoje implica pensar criticamente o que está colocado como realidade e desafiar seus limites, e o design do futuro torna-se uma responsabilidade agora, cabendo a quem puder, contribuir na construção das pontes
entre os sonhos, a esperança e a felicidade.
Seja ele um plano, um artifício, uma intenção, um projeto, um potencial, um desejo ou uma dissimulação, o design deve ser tensionado e colocado em crise, pois permeia todos os campos da vida e determina, em todas as escalas possíveis, os próximos passos
da jornada humana e sua relação com a Terra.
Assim sendo, convidamos todas as pessoas que queiram pensar juntas sobre o “Design do futuro hoje”, seja com reflexões orais, escritas ou manifestações culturais e artísticas, a partir de diferentes eixos temáticos e perspectivas. Não há tempo para adiar
o futuro, e este é um chamado para um processo de construção de outras narrativas, que possam inspirar comunidades e as próximas gerações. Pensar hoje no design do porvir é uma forma de resistir e de reconhecer que é possível construir
uma história deste tempo que pode ser deixada, não mais como um fardo, mas como um legado.
Os trabalhos selecionados serão compartilhados para leitura entre os participantes do GTs previamente ao evento.
Os artigos, resumos e propostas artísticas poderão ser submetidas para os seguintes grupos de trabalho:
Clique nos títulos e saiba mais
Datas Importantes
27 de agosto - Início da Submissão de trabalhos
11 de outubro - Término da Submissão de trabalhos
11 de outubro a 25 de outubro - Processo de Avaliação dos Trabalhos
25 de outubro - Comunicação aos autores dos trabalhos aceitos
08 de novembro - Reenvio dos trabalhos aceitos com restrição. Formato final do artigo publicação.
15 de novembro - Divulgação final dos trabalhos aceitos.
Os trabalhos aceitos, estão aceitos para publicação nos anais e apresentação no
evento
8 de novembro a 22 de novembro - Inscrições
15 de novembro - Envio dos resumos e artigos completos para os participantes (leitura prévia).
22 de novembro a 25 de novembro - Evento
Comissão Organizadora
Profa. Dra. Andréa Senra Coutinho | UFJF
Profa. Dra. Deborah Walter de Moura Castro | UNIFAL
Profa. Dra. Fernanda Nascimento Corghi | UFSJ
Prof. Ms. Flávio Silvério da Silva | UNICSUM
Dr. Frederico Oliveira Alfaix Assis | UFMG
Profa. Dra. Marcela Alves de Almeida | UFES
Profa. Dra. Luciana Beatriz Chagas | UFSJ
Prof. Dr. Paulo Henrique Caetano | UFSJ
Mark Tom Sawyer Ferreira Feliciano | mestrando PIPAUS | UFSJ
Wanessa de Almeida Fagundes | mestranda PIPAUS | UFSJ
Gabriela Moreira Lima | graduanda em Comunicação Social | UFSJ
Talita da Silva Nifa | graduanda em Comunicação Social | UFSJ
Wellington de Oliveira Pereira | graduando em Comunicação Social | UFSJ
Realização
Apoio
Ações pelo coletivo: Grupos de pesquisa, ensino e extensão em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade
Coordenação: Prof. Dr. Flávio Luiz Schiavoni (UFSJ), Profa. Dra. Rita Gusmão (UFMG) e Dr. José Dario Vargas (pós-doutorando USP)
Muitas vezes entendemos a pesquisa, ensino e extensão como algo individual, que depende do esforço do pesquisador, educador, extensionista para que a mesma aconteça.
Também notamos que a necessidade de separar e rotular uma determinada ação nos campos da pesquisa, ensino e extensão nem sempre permite entender o quão uma ação pode estar simultaneamente apoiada sobre estas três áreas de maneira indissociável de forma
que é impossível delimitar a mesma por meio destes rótulos.
Possivelmente, o formato acadêmico da monografia, escrita acadêmica que, como o próprio nome sugere, é feita de forma individual, transforma este esforço coletivo em uma experiência individual com um único autor e acaba por colocar a pesquisa em uma posição
de destaque em relação ao ensino e a extensão.
Com isso, nem sempre é possível entender o processo que culminou em um determinado trabalho acadêmico, seja ele teórico ou prático artístico, pois acabamos não tendo a oportunidade de apresentar o mesmo por todos os seus vieses, com toda a sua complexidade,
com todas as suas possíveis faces e em todos seus possíveis ângulos de visão.
É possível verificar que estas atividades são, muitas vezes, realizadas dentro de coletivos, laboratórios, grupos ou núcleos, tanto no contexto universitário quanto fora dele.
Estes coletivos se tornam o espaço de troca onde pessoas com diferentes experiências e com diferentes formações podem se completar e juntas criar o que não é possível se fazer individualmente.
No campo das artes, por exemplo, é comum que a prática em artes seja feita por meio de coletivos que podem motivar as oficinas, grupos de estudo e pesquisas que embasam a prática.
No entanto, apesar de existir alguns espaços que permitem a estes grupos a apresentação dos resultados finais de seus trabalhos, poucos são os espaços que permitem apresentar os grupos propriamente ditos, seus métodos, modelos, processos e experiências.
Na tentativa de criar um espaço que permita a exposição de coletivos que atuam com pesquisa e / ou ensino e / ou extensão nas áreas de Artes, Urbanidades e Sustentabilidade, apresentamos este GT.
Nossa proposta se baseia nas ideias de que
a) é urgente compartilhar métodos e experiências coletivas em pesquisa, ensino e extensão,
b) o conhecimento sobre estes grupos pode nos trazer muitas possibilidades de trocas e parcerias, tanto teóricas quanto práticas,
c) a apresentação formal destes grupos em um GT pode auxiliar os mesmos a pensar na sua estrutura e planos de ação,
d) somente pela visão dos coletivos conseguiremos entender a efetiva participação dos indivíduos nestes campos.
Palavras-chave: arte; urbanidades; sustentabilidade; grupos de pesquisa, ensino e extensão; ações coletivas
Micropolíticas do hoje: mundos possíveis do amanhã
Coordenação: Profª. Dra. Zandra Coelho de Miranda (UFSJ) e Prof. Dr. Leandro Garcez Targa (UFSJ)
Michel Foucault recusou encarar o poder como uma entidade reificada. Para ele, as relações de poder e, por via de consequência, as estratégias de luta não se resumem nunca a ser apenas simples relações de forças objetivas; elas engajam os processos de
subjetivação nisso que eles têm de mais essencial, de mais irredutivelmente singular e se reencontrará sempre nelas “a rebeldia do querer e a intransitividade da liberdade”. (GUATTARI, FÉLIX.2014).
Nos recusamos a aceitar a realidade que nos é imposta pela macropolítica através dos tempos, desaguando na realidade contemporânea.
Nossa rebeldia mantém a crença na possibilidade de novos mundos, a partir do campo das forças micropolíticas, o desejo de transformação parte de pequenas iniciativas solidárias, organizações sociais que conectam pessoas e ações, formam redes e multiplicam
o seu significado e impacto.
Nesse grupo de trabalho gostaríamos de compartilhar as iniciativas e formas de compreender a micropolítica da transformação, suas subjetividades, seus métodos e agentes.
Iniciativas locais, de ações coletivas, possuem potencial de impactar a correlação de forças que determina a doxa estabelecida.
Seguindo as ideias de Bourdieu (1996), estas iniciativas se inserem na dinâmica de lutas e disputas entre ortodoxos (os que querem conservar a doxa), por um lado, e heterodoxos (os que querem transformar a doxa), por outro, para assim determinar quem
exercerá o poder legítimo de definir a doxa estabelecida.
Este grupo de trabalho procura contribuir com a noção de desnaturalização das relações de poder, que são historicamente determinadas e, ao mesmo tempo, socialmente construídas na contemporaneidade.
As micropolíticas do hoje, nas condições herdadas do ontem, são ações importantes que determinam os mundos sociais do amanhã. Entendê-las, valorizá-las e debatê-las é o principal objetivo deste espaço.
Palavras-chave: Campos de poder; desejo; luta; transformação.
Referências:
BOURDIEU, Pierre. “Espíritos de Estado: Gênese e estrutura do campo burocrático”. In Razões Práticas. Campinas/SP: Papirus, 1996.
Mudanças climáticas: desafios estéticos, poéticos, corporais e decoloniais
Coordenação: Prof. Dr. Adilson Siqueira (UFSJ) e Profa. Dra. Luciana Beatriz Chagas (UFSJ).
Partindo do princípio de que os impactos sociais da mudança climática são e serão injustamente distribuídos e, reconhecendo que a questão climática cruza com todas as discussões decoloniais do nosso tempo, este GT sustenta que as artes podem liderar o
enfrentamento desses impactos a partir de uma abordagem que considere a transdisciplinaridade, a interseccionalidade e os mais distintos entrelaçamentos entre arte, corpo e meio ambiente como elementos basilares para a
promoção de mudança artística e sociocultural dos modos de produzir e fluir arte que tenha como foco a mitigação (e mesmo o fim) das transformações geradas pelo atual modo de viver e produzir ao qual todos estamos submetidos.
Considerando que a questão da emergência climática se constitui em ameaça existencial, este GT se propõe a evidenciar o papel da arte na elaboração de novas práticas e epistemologias para a formação de uma cultura da sustentabilidade, em oposição às “monoculturas”
globalizadas.
Acreditamos que, assim como a diversidade genética e a biodiversidade possuem papel fundamental para a resiliência das espécies no campo biológico, a diversidade cultural proporciona uma multiplicidade de respostas para problemas presentes e/ou emergentes
no campo social e ecológico. Neste sentido, entendemos a prática artística per se como veículo de informação estética e poética carregada de associações que sintetizam conceitos a partir de subjetividades e intuições infralógicas
da comunicação não-verbal, em contraposição à informação semântica hegemonicamente constituída no campo disciplinar.
Com base nestes pressupostos, este GT aceitará em qualquer tipo de linguagem/mídia/plataforma etc, reflexões sobre - e apresentação de - processos e produções artísticas (próprias ou de terceiros), coletivas ou individuais que, independentemente do suporte,
coloquem o corpo em evidência para o enfrentamento das ameaças resultantes da mudança climática e colocando em destaque o quanto práticas artísticas decoloniais podem contribuir para este objetivo.
Nesse sentido, serão aceitos relatos de experiência, artigos, ensaios, vídeos, obras visuais e performativas; vivências educomunicativas, artísticas e/ou comunitárias dedicadas a abordar os elementos aqui elencados e terá, como o objetivo final, debates,
discussões e a criação de uma plataforma que reúna e torne públicos os trabalhos apresentados e funcione, simultaneamente, como uma fonte de informação e uma base de lançamento e promoção pós-evento, de ações que fomentem
a relação entre artes e mudança climática, desde uma perspectiva decolonial, discutindo e propondo novas praxis, epistemologias e ecopoéticas transdisciplinares.
Práxis sociais e configurações espaciais sensíveis: novas estratégias do Sul Global
Coordenação: Profa. Dra. Márcia S. Hirata (UFSJ) e Ms. Helena Marchisotti de Souza (doutoranda - UFMG)
A proposta deste GT é olhar a práxis social como espaço de alianças para “remundizar”, nos termos de Marisol de la Cadena, em recente palestra.
O ponto de partida é o entendimento de Krutzem e Stoermer quanto ao Antropoceno (2015), a humanidade como força geológica nas relações entre humanos, o território e outros seres.
Trata-se de uma constatação de que viemos estabelecendo uma relação “aparte”/separada do mundo, que nos coloca fora do mundo, quando também somos dele “parte”. Ter consciência disto nos abre a possibilidade de existência de muitos outros mundos, muitas
outras formas de ver e sentir.
Na tentativa de abrir o olhar para estes outros mundos ou outras partes de nós mesmos, faremos um exercício de reunir experiências práticas/práxis aliadas a processos reflexivos que repensam a forma de intervenção no mundo atual.
Propõem-se reunir diferentes práxis sob uma diversidade de mobilizações sociais: agroecologia, economia popular e solidária, comuns urbanos, mulheres, LGBTQIA+, quilombolas, indígenas, e muitos etceteras; em diferentes plataformas de intervenção cultural
e artística, pelo cinema, multimídia, jornalismo alternativo, construções ecológicas, grafite, bordados, entre outros.
Este GT, propositalmente amplo, entende que é um debate recente e em construção, que faz parte de pesquisas em andamento e que, assim, quer permitir um momento de encontro diverso de troca de formas alternativas de práxis sociais construtoras de um ser,
estar e fazer um outro mundo.
Palavras-chave: Práxis social; Antropoceno; Remundizar; Territórios de Vida
Referências Bibliográficas:
DE LA CADENA, Marisol. Natureza incomum: histórias do antropo-cego. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, Brasil, n. 69, p. 95-117, abr. 2018.
CRUTZEN Paul J. e STOERMER Eugene F. O antropoceno. PISEAGRAMA, Belo Horizonte, sem número, 06 nov. 2015. Disponível em: https://piseagrama.org/o-antropoceno/.
Acesso em ago.2020
Terra, água e ar: a vida no mundo contemporâneo
Coordenação: Prof. Dr. Mateus de Carvalho Martins (UFSJ), Profa. Dra. Renata de Souza Reis (UFSJ) e Prof. Dr. Sérgio Gualberto Martins (UFSJ)
O Grupo de Trabalho tem como objetivo levantar discussões sobre recursos naturais, seus usos sustentáveis, os impactos ambientais, as gestões desses recursos, bem como a pluralidade e interdisciplinaridade de conhecimentos científicos, saberes populares,
cultura e arte que se entrelaçam e se envolvem com o tema.
O GT tem como ponto importante as diversas possíveis maneiras e métodos que podem estar presentes no fazer das atividades não agressivas ao Meio Ambiente, como, por exemplo, a Agroecologia e seus meios, Artes Sustentáveis, Bioconstrução, Educação, entre
outras, focando a unicidade entre ciências sociais e naturais, buscando um mundo holístico mais harmônico entre os processos sociais, econômicos e ambientais.
Além disso, pretende-se debater como o termo sustentabilidade tem sido utilizado por grandes empreendimentos de forma a conquistar a parcela de consumidores preocupados com a causa ambiental e como este preceito sustentabilidade foi banalizado. Levantar
estas questões é de fundamental importância, principalmente em um momento em que as questões ambientais têm sido deixadas no limbo.
Palavras-Chave: Meio Ambiente; Sustentabilidade; Bioconstrução; Agroecologia; Artes Sustentáveis; Educação.
Território praticado: inclusão e crítica cultural em corpo, espaço e tempo
Coordenação: Profa. Dra. Adriana Nascimento (UFSJ/ PIPAUS), Prof. Dr. Adriano Canas (UFU) e Profa. Dra. Isabel Cristina Carvalho (CIAC-UAb, Lisboa)
Entendemos que a urbanidade em suas dimensões materiais e imateriais, ao extrapolar a noção cidade reforçada pelo Estatuto da Cidade (2008), num sentido que favorece a metrópole e a grande escala, vai também em direção aos espaços menos densos
e rurais.
As problematizações críticas aparecem também na abordagem regional e na escala municipal que atinge média e pequenas centralidades urbanas em suas relações com distritos, vilas e áreas rurais, territórios étnico-raciais suas culturas e corpos
em outras configurações territoriais, em práticas, ruralidades e urbanidades (SANTOS, 2002; RIBEIRO, 2004; RIBEIRO, 2005).
No Brasil, desde a virada dos anos 2000 os dados apresentados pelo IBGE já indicavam o vetor de migrações das grandes escalas na direção das pequenas e médias centralidades.
Esses dados permanecem atuais. Isso reforça o que vemos neste momento em desafios e movimentos migratórios resultados da pandemia de Covid-19 (Carlos, 2020).
Essa mudança do eixo, que se direcionava à grande escala desde 1970 e sua inversão, traz à tona questões previamente enunciadas e que questionam o que seja e aquilo que favorece melhores índices de qualidade de vida (IDH, 2013) apenas relacionados
à cidade e ao urbano.
Em Portugal a recente pandemia aumentou a procura de habitações que disponibilizem espaços exteriores, que além de permitirem o prolongamento do interior possibilitem também a oportunidade de criar hortas para consumo próprio/local.
Proporcionou também uma consciencialização da importância do contato com a natureza, que de uma maneira geral é facilitada mais intensamente no espaço rural, em territórios de baixa densidade, detentores de uma enorme riqueza de patrimônio (material
e imaterial).
Neste contexto, a ocupação dispersa de uma parte do território português pode ser transformada numa oportunidade para promover novos modos de habitar e viver o urbano, quer seja a relação entre o campo e a cidade, quer seja o lugar do rural dentro
do urbano.
Tendo como ponto central desta reflexão a rurbanidade (Nascimento e Velho, 2020), pretende-se compreender a importância da cultura encarada como uma ferramenta de urbanidade, quer na dimensão formativa, quer na dimensão de fusão de conhecimentos,
de diversidade, de interculturalidade.
Uma cultura pode advir de processos inerentes quer a equipamentos culturais (Canas e Fonseca, 2019), quer da própria comunidade que pode tornar efetivo um território onde isso aconteça, ou ainda do diálogo entre os dois.
Remetendo para uma produção do lugar, pretende-se abordar ações, métodos e metodologias de práticas artísticas (Verhoeff, 2019) institucionais, individuais e comunitárias que desenvolvem e/ou impulsionam processos de cidadania ativa e plural (Carvalho
et al., 2020), convergindo educação/formação teórica e prática criativa e interventiva no terreno, fundamentais para a co-criação de comunidades resilientes, para cidades socialmente integradas, justas e equitativas
(Lefebvre, 2001), culturalmente abrangentes e espacialmente conectadas.
Estudos sobre os diálogos entre cidade e campo, identidade cultural e cidadania, novas tecnologias e inclusão cultural, equipamentos, monumentos e espaços culturais e de educação, ações artísticas, participação e direitos, entre outros, são
do interesse deste debate. Ao buscar levantar repertórios diversos, outro entendimentos importantes apresentados por esta chamada, apontamos para as seguintes questões:
a. diferentes escalas e abordagens inclusivas e críticas corporais (interseccionais), espaço-temporais;
b. experiências de inclusão desenvolvidas em programas, políticas e projetos educativos e culturais;
c. Práticas artístico-culturais em contextos de transformações sócio-espaciais.
Estatuto da Cidade. – 3. ed. – Brasília : Senado Federal, Subsecretaria de Edições Técnicas, 2008.
IDH_Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. In Série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. 2013. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
CANAS, A. T.; FONSECA, M. T. O museu na margem do Tâmega: um diálogo entre Álvaro Siza Vieira e Nadir Afonso. ARQUITEXTOS (SÃO PAULO), v. 234, p. n. 234.01, 2019.
CARVALHO, I.C.; VIANA, D.L. & SOUSA, M.R. Modos digitais e formas de participar híbridas na cidadania de ação. In Silva, M.C.; Rodrigues, F.M.; Lopes, J.T.; Fontes;
Mora, T. (Orgs.) (2020). Por uma habitação básica: cidadania, democracia associativa e metodologias participativas. Porto. Edições Afrontamento, Lda, pp 259-272. 2020.
CARLOS, A.F.A. (Coord.) COVID-19 e a crise urbana [recurso eletrônico]. São Paulo : FFLCH/USP, 2020.
LEFEBVRE, Henry. O Direito à Cidade. São Paulo: Centauro. 2001.
RIBEIRO, A.C. T. Oriente Negado: cultura, mercado e lugar. IN Territórios Urbanos e Políticas Culturais. Salvador: EDUFBA, 2004.
RIBEIRO, A.C.T. Território usado e humanismo concreto: o mercado socialmente necessário. In Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina. SP: USP, 2005.
ONU_Organização das Nações Unidas. Estado de las ciudades de America Latina y el Caribe: rumbo a una nueva transición urbana. ONU-Habitat (2012).
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. São Paulo: Edusp, 2002.
VERHOEFF, N.; MERX, S. and DE LANGE, M. Urban Interfaces: Media, Art and Performance in Public Spaces. Leonardo Electronic Almanac 22, no. 4. 2019.
Desafios e possibilidades de uma educação universal e significativa
Coordenação: Prof. Dr. Eduardo Pereira Bento (UFSJ), Prof.ª Dr.ª Fernanda Nascimento Corghi (UFSJ) e Prof.ª Dr.ª Silvia Elena Ventorini (UFSJ)
O objetivo do grupo é promover discussões teóricas e práticas sobre as investigações e tecnologias realizadas na educação, cuja base se atenha numa produção com design para todos e/ou que promovam uma maior possibilidade de interação e acesso considerando
os seus múltiplos usuários e formas de aprendizagem. Inclusive por meio de manifestações plurais, culturais e espaciais, entre outras.
A educação em ambientes não convencionais de aprendizagem tem sido tradicionalmente deixada para conteúdos extracurriculares ou na segregação da educação especial, como “clubes” de aprendizagem, porém as trocas de saberes vão além do contato aluno professor
e são a base de novas abordagens educacionais como a Aprendizagem Criativa (RESNICK; 2013).
O espaço também pode ser compreendido enquanto ambiente que educa por seu potencial de ampliar e / ou limitar a interação entre as pessoas, espaços, serviços, e dinâmicas da vida, em suas inúmeras escalas espaciais. Seja este, por exemplo, o espaço de
uma cidade centenária inclusiva, de uma paisagem natural possível de ser vivenciada por todos, áreas verdes, como parques e áreas públicas, receptivos à manifestações plurais, culturais e à diversidade, de um espaço de
incentivo à aprendizagem criativa onde a tecnologia assistiva tenha liberdade para criar inúmeros mundos possíveis e interações ilimitadas, espaços como o de uma escola possível a todos que a busquem, entre outros.
Sob esta ótica, a Escola é um espaço de relações sociais e culturais cujas influências de seus autores ultrapassam seus muros e envolvem as famílias dos educandos e outros grupos sociais. O ambiente escolar torna-se fundamental para o desenvolvimento
e aprendizagem do ser humano, tanto para o conhecimento científico como para o convívio social. O espaço, seja virtual ou físico, a preparação e o olhar dos professores e facilitadores, os materiais usados, a forma de documentação
e avaliação e, fundamentalmente, a clareza de propósito e objetivos de aprendizagem são fundamentais para a mudança e quebras dos paradigmas atuais seja na educação inclusiva, seja no contexto e novos desafios trazidos
pela pandemias no formato do ensino remoto e do ensino híbrido almejado por governos e que preocupa educadores. E possibilidades de como a tecnologia assistiva, o design universal e a aprendizagem criativa se conectam e
tornam mais possível um mundo para todos. Em sítios físicos e virtuais.
Sustentabilidade: um conceito em crise
Coordenação: Dra. Deborah Walter de Moura Castro (Unifal), Dra. Marcela Alves de Almeida (UFES) e Dr. Paulo Henrique Caetano (UFSJ)
Ao discutir de forma mais abrangente sobre o fenômeno da pandemia e seu impacto para o comportamento humano, Ailton Krenak (2020, p. 14), sem mencionar o conceito de sustentabilidade, observa que “as mudanças já estão em gestação”, e que “não podemos
voltar àquele ritmo, ligar todos os carros, todas as máquinas ao mesmo tempo.”
Nessa mesma linha, Boaventura de Sousa Santos (2020, p. 32) prevê que, “se a vida humana continuar a pôr em causa e a destruir todas as outras vidas de que é feito o planeta Terra, é de esperar que essas outras vidas se defendam da agressão causada pela
vida humana e o façam por formas cada vez mais letais”, indicando a perpetuação de um trágico ciclo, na qual “o futuro desta quarentena será um curto intervalo antes das quarentenas futuras”.
O que parece estar colocado como saída para esse cenário seria, de certa maneira, o conceito mais profundo e óbvio de sustentabilidade, jamais atingido e até o momento desgastado e usurpado por diferentes abordagens, quase sempre determinado pelos processos
de comodificação da natureza.
A questão da sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, qualquer que seja a acepção para a qual se desloca, tem sido amplamente abordada nas sociedades contemporâneas e explorada em diferentes áreas do conhecimento, desde sua institucionalização
no final dos anos 60, havendo uma extensa literatura que trata do termo e de seus problemas.
No entanto, discursos tendem a emergir em diversos domínios da vida pública, seja pelo aspecto da defesa da sobrevivência, pelo prisma do meio ambiente, pela tomada de consciência de grupos sociais, pela imposição econômica e financeira do gerenciamento
de recursos, ou pela necessidade de preservação de instituições democráticas.
E no contexto da pandemia, novas ‘frentes’ semânticas vão se abrindo, na medida em que a sustentabilidade passa a ser evocada como solução para um futuro imprevisível. Ou seja, ao mesmo tempo que vem sofrendo um ‘desgaste’, o conceito de sustentabilidade
parece também emergir como um caminho quase compulsório, na medida em que penetra as bases das tomadas de decisão, ainda que de maneira apenas protocolar.
Nesse sentido, o que este Grupo de Trabalho está buscando é um painel crítico quanto à validade desse conceito, nessa nossa virada temporal, a qual, drasticamente, em algum ponto, tornou todos os povos do planeta igualmente frágeis.
Então, se você tem alguma proposta ou trabalho que represente, aprofunde, discuta e/ou tensione o conceito de sustentabilidade e seus derivados, teremos um espaço privilegiado neste GT. Seja uma produção cultural, intelectual, artística, educativa, vivencial,
performativa, individual ou coletiva, em qualquer área do conhecimento ou da prática profissional, sua contribuição será preciosa neste SIAUS.
Traga sua proposta!
Palavras-chave: revisão conceitual; sustentabilidade; desenvolvimento sustentável; pandemia e pós-pandemia.
Referências bibliográficas:
KRENAK, Ailton. O amanhã não está à venda. São Paulo: Companhia das Letras, 2020.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A cruel pedagogia do vírus. Coimbra: Edições Almedina, 2020.