Poros


Toda uma cultura plural oriunda do cruzo sofre um velamento vinculado à normatividade, à disciplina e ao poder.

A série 'Poros' propõe o seu desvelamento.

Nesse conjunto de esculturas, pele e ferro se encontram.

Em seu corpo o ferro é proveniente de grades de segurança encontradas em residências, lugares públicos, fábricas e escolas.

A partir do gesto de apropriação e desmanche o que antes era grade ganha outra forma.

Em sua transmutação a sinuosidade nas formas é conduzida por aros, onde repousa agora a pele, o couro pertencido ao tambor ontem.

Nesse sentido, venho entendendo o tambor como um dos fios essenciais da cultura brasileira, presente nos ritos e nas festas.

Apesar de trazer elementos do tambor, o trabalho não é um instrumento e sim está situado entre instrumento e escultura.

É no 'entre' que o trabalho se apresenta como uma espécie de objeto fronteiriço.

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