O marasmo dos pastos
O poema O marasmo dos pastos foi escrito no banco de um carro em movimento, durante uma viagem entre os estados do RJ (onde nasci) e MG (onde resido).
Por ter crescido em Cordeiro, uma relação de encanto e admiração pela natureza dos morros, matas e bichos porque há uma reserva ambiental que atravessa o município. Uma relação afetiva, de pertencimento.
É um amor que vem das memórias criadas a partir de informações, mas também de imagens que carregam sentimentos.
Durante a viagem, realizada em setembro, as imagens dos pastos e de morros queimados pela gana latifundiária marcou as paisagens.
E por isso, justamente, decidi escrever esse poema, fazendo emergir da memória os sentimentos que tenho pela mata, deixando que as emoções dessas imagens aflorassem e tomassem conta do papel.
Quando se queima as matas, se sacrifica a fauna, a flora e o futuro em nome do lucro privado.
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João V. Bessa é artista e jornalista cordeirense, nascido em 1997.
Jornalista formado pela UFSJ (2021), tem experiência como repórter, redator e colunista de Cultura & Arte, tendo colaborado com jornais em sua cidade natal e em São João del-Rei, além de ter atuado por dois anos em coberturas do Inverno Cultural.
Sua trajetória prematura na música começa aos 8 anos, por influência de seus pais e em especial de sua mãe.
Apresentou-se com a banda Echoes aos 15 anos, tendo suas primeiras experiências de palco e de composição.
Já em São João del-Rei, apresenta-se com a cantora Isis Ferreira desde 2020 e agora prepara o lançamento de seu primeiro EP, Sonhos em cinza, em novembro.
Sua relação com a poesia remonta ao início da adolescência, momento em que descobriu na expressão verbal um motivo para viver e perceber o mundo ao seu redor.
É na poesia que encontra vazão para os sentimentos que sempre afligiram seu corpo negro, mas também às emoções que motivam sonhos, desejos, prazeres e alegrias: uma ferramenta para desembrutecer o corpo acostumado a sentir-se como pedra e a negligenciar suas emoções.
Tem como principais influências Cruz e Sousa, Fernando Pessoa, Ferreira Gullar e Cecília Meireles.